A pessoa que, após um dia de trabalho, ao invés de ir para a sua casa, toma o rumo da sala de aula, às vezes, mesmo sem tempo para uma refeição, e, contrariamente a tudo que se poderia supor, não aproveita as aulas, é um incoerente.
O aluno que paga uma faculdade, um cursinho ou qualquer outro tipo de aula, para adquirir o direito a uma cadeira dura, onde possa perder tempo durante as aulas, está clamando aos quatro ventos que lhe falta algo de muito importante na caixa craniana.
A pessoa que compra uma pilha de livros, estoca-os em sua estante, folheia-os uma vez ou outra, e quando o faz, ainda é em frente a uma televisão ou escutando alguma música qualquer é, no mínimo, uma grande despreocupada com a vida. Há muito, muito tempo se diz "o livro é o seu melhor professor". Não saber utilizá-los é desperdiçar inteligência. E dinheiro.
Nunca será demasiadamente encarecida aos estudantes a importância do tempo-aula, pois não basta oferecer a quem quer ser pianista um belo exemplar do instrumento e a mais completa coleção de métodos. Na generalidade dos casos, é indispensável a atenção às aulas.
Sabemos que a causa principal da aprendizagem é o aluno, é o próprio aprendiz. De fato, a aprendizagem, concebida como resultado do processo da educação formal institucionalizada.
na escola, tem por agente principal o próprio aluno. O mestre não reparte a sua ciência entre os alunos, nem fica mais pobre de conhecimentos depois de cada aula, porque o aluno adquire por si mesmo a ciência sob a ajuda externa do mestre. Quem causa os frutos é principalmente a árvore, embora o faça sob a ação do agricultor, quem sara é principalmente o organismo do enfermo, embora sob a ação do médico e dos medicamentos; quem aprende é principalmente o aluno, embora sob a ação do mestre. Deve haver na planta, no enfermo e no aluno um princípio intrínseco, ativo, operante, capaz de produzir os efeitos da frutificação, da cura, da aprendizagem. A ação do agricultor, do médico e do mestre tem caráter de causa eficiente auxiliar, coadjuvante apenas. Quem dá frutos ou não é a árvore; quem sara ou não é o próprio organismo, quem aprende ou não é o aluno.
Lembra-se desta indiscutível verdade não para diminuir a importância da ação do mestre, mas para acentuar a responsabilidade do aluno, da pessoa que quer aprender.
Para aprender é preciso vontade, um sentimento que incita alguém a atingir o fim proposto por uma aspiração ou desejo. É preciso escolha, decisão, ânimo firme, determinação, interesse, zelo, disposição do espírito, energia, força de caráter, boa vontade, benevolência, gana, prazer.
Parecem qualidades demais? Mas não são! Todos esses termos derivam, representam e explicam apenas um, que é o ponto central: vontade. Se você tiver vontade, terá todas as qualidades acima. Só é preciso querer.
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